Por que Foz do Iguaçu precisa de um Teatro Municipal

 

    Foz do Iguaçu, reconhecida mundialmente por sua exuberância natural, é também palco de uma rica diversidade cultural, pulsante e multifacetada. No entanto, essa potência artística e simbólica ainda carece de uma estrutura essencial: um Teatro Municipal.

    A cultura, frequentemente tratada como algo secundário em tempos de crise, não é um luxo: é um direito, um pilar de desenvolvimento social e um instrumento poderoso de educação, inclusão e transformação. Em uma cidade trinacional com mais de um milhão de habitantes em sua região, a ausência de um teatro público adequado evidencia uma lacuna que precisa, urgentemente, ser superada.

    A construção do Teatro Municipal não deve ser vista como antagonista de outras políticas públicas, como a saúde ou a infraestrutura. Ao contrário: o investimento em cultura fortalece o tecido social, gera empregos, valoriza a produção local e reforça a identidade de uma cidade plural. Saúde e cultura não se excluem — se complementam no desafio de promover qualidade de vida.

    Adiar o teatro é adiar vozes. É silenciar expressões que moldam nossa identidade coletiva. E mais: é desperdiçar o potencial de uma cidade que se apresenta ao mundo como vitrine de integração e de hospitalidade, mas que ainda não oferece um espaço condizente com sua estatura cultural.

    A Faculdade UNIFOZ, como instituição de ensino comprometida com o desenvolvimento integral de seus estudantes e com a valorização da cultura como dimensão fundamental da cidadania, une-se aos movimentos sociais, artísticos e educacionais que clamam pela continuidade do projeto do Teatro Municipal.

    É tempo de reconhecer que a cultura não pode mais esperar. Que Foz do Iguaçu tenha, enfim, um espaço à altura de sua grandeza.

    UNIFOZ

MANIFESTO PELA CONSTRUÇÃO DO TEATRO MUNICIPAL DE FOZ DO IGUAÇU

 

"A cultura não é luxo. É a alma da cidade."

1. POR QUE TRABALHAMOS

Uma cidade sem teatro é uma cidade sem espelho.

Uma cidade turística sem palco é um paradoxo.

Foz do Iguaçu, conhecida mundialmente por sua grandiosidade natural, ainda carece de um espaço onde sua alma possa se expressar.

Diante da recente declaração do Excelentíssimo Prefeito, que pretende suspender o projeto do Teatro Municipal por receio de causar “má impressão” à população diante de outras urgências como a saúde, afirmamos com veemência:

Não aceitaremos que a arte, mais uma vez, seja tratada como ornamento supérfluo de tempos de bonança.

2. O CONTEXTO DE FOZ DO IGUAÇU

Foz do Iguaçu é uma das cidades turísticas mais importantes do Brasil.
Reconhecida internacionalmente, é sede de um patrimônio natural da humanidade.

Está inserida em uma região trinacional com mais de 1 milhão de habitantes, onde pulsa uma diversidade cultural intensa, rica — e até hoje negligenciada pela ausência de uma casa pública de arte e expressão.

3. SOBRE PRIORIDADES E ESCOLHAS

Sabemos que o Município enfrenta limitações orçamentárias.

Mas também sabemos que:

A Itaipu Binacional, instalada em nosso território, ostenta superávit anual superior a 1 bilhão de dólares.
O Governo do Estado do Paraná dispõe de um programa de investimentos de mais de 100 bilhões de reais.

E que, historicamente, quando há vontade política e visão de futuro, os recursos aparecem — não como mágica, mas como consequência de escolhas corajosas.

Suspender o teatro não é prudência.

É miopia histórica.

É adiar, mais uma vez, a construção do símbolo que conecta nossa gente ao que ela tem de mais essencial: expressão, criatividade, memória e direito ao imaginário.

4. SAÚDE E CULTURA NÃO SÃO EXCLUDENTES

Não queremos o teatro em vez da saúde — queremos o teatro ao lado dela.

A saúde cuida das urgências.

A cultura cuida das raízes do adoecimento invisível: o isolamento, a invisibilidade social, a ausência de voz.

E o teatro é o lugar onde tudo isso encontra corpo e cura.

5. O QUE REPRESENTA UM TEATRO MUNICIPAL

Um teatro municipal é mais do que um palco —

É uma escola viva de cidadania, arte e presença.

Num tempo em que nossos jovens enfrentam angústias profundas e silenciosas, oferecer um espaço de criação e expressão é também um ato de saúde pública.

6. A COERÊNCIA QUE SE EXIGE DE UMA CIDADE GLOBAL

É inadmissível que uma cidade com o peso internacional de Foz do Iguaçu — referência em turismo, energia e integração cultural — ainda não tenha um teatro público de padrão digno.

Isso não é uma questão de luxo.

É uma questão de coerência.

7. NOSSO CHAMADO

Convidamos o Prefeito, os vereadores, os gestores públicos e toda a comunidade a reabrir o diálogo com responsabilidade, coragem e visão.

Não se trata apenas de construir um edifício.

Trata-se de reconhecer que Foz do Iguaçu é uma cidade com alma, com voz e com futuro.

8. E, POR FIM, DECLARAMOS

Onde há alma, precisa haver arte.

Porque a energia que move águas também deve mover consciências.

Conrado S. Justus S. Machado

Diretor Acadêmico